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A maravilhosa romã

Há tempos, amo pesquisar a romã (Punica Granatum L.) da família Punicaceae! Apresenta folhas pequenas, rijas, brilhantes e membranáceas, flores vermelho-alaranjadas dispostas nas extremidades dos ramos, originando frutos esféricos, com muitas sementes em camadas, envolvidas em arilo polposo.


Atualmente, a literatura científica aponta propriedades medicinais como atividade antioxidante, anti-inflamatória, antifúngica, antineoplásica e quimioprotetora. Entretanto, ainda há poucos estudos etnobotânicos, de farmacognosia e toxicológicos suficientes para elucidar os mecanismos de ação e efeitos dos constituintes químicos derivados da romã. Sabe-se, que a punicalagina, um tanino elágico derivado do fruto da romãzeira é provavelmente um dos principais constituintes antimicrobianos dessa fruta.

Além disso, suas propriedades funcionais se devem a presença de flavonoides e polifenóis, entre eles, antocianinas, catequinas, taninos, ácido gálico e ácido elágico, além de ser um alimento rico em vitamina C, vitamina A e vitamina E.

Bioativos

As antocianinas são substâncias antioxidantes que dão a coloração vermelha à romã no estágio maduro. Esses pigmentos são compostos fenólicos, solúveis em água, pertencentes ao grupo dos flavonoides, amplamente difundidos no reino vegetal, que conferem aos frutos, flores e raízes nuanças de cores entre laranja e vermelho, e são importantes na prevenção da degeneração celular. Já, as catequinas presentes na romã podem atuar na inibição de carcinogéneos e no desenvolvimento dos tumores. As catequinas exibem ainda propriedades antioxidantes, semelhantes às das vitaminas C (ácido ascórbico) e E (tocoferol), que ajudam a inibir a ação de radicais livres, protegendo o organismo de algumas doenças.


Fitoquímicos

Esta fruta é rica em compostos fitoquímicos que têm sido aplicados na prevenção e tratamento de diabetes, infecções bacterianas e danos à pele por radiação ultravioleta. A ingestão diária de fitoquímicos na dieta desempenham um papel fundamental na prevenção dos sinais do envelhecimento e saúde da pele. Ainda, há destaque para dieta versus efeitos antiaging e diminuição dos danos à pele por radiação ultravioleta.

Ciência e inovação

O objetivo de um dos trabalhos de nosso grupo de pesquisa que conquistou hoje o 2º lugar na modalidade de Pôsteres de Interesse Científico, e recebemos menção honrosa no 21° Fórum Paulista de Pesquisa em Nutrição Clínica e Experimental no Ganepão 2019, foi avaliar a capacidade proliferativa do extrato etanólico de Punica granatum L. sobre linhagem celular de fibroblastos humanos. A linhagem CCD1072Sk referente à fibroblastos humanos, foi exposta ao extrato etanólico de Punica granatum L. (PGEE) por 24, 48 e 72 horas à diferentes concentrações (200 – 1000 µg / mL), além disso, foi utilizado como controle positivo, a vitamina C. Para avaliar a capacidade proliferativa foram utilizados os testes de Trypan Blue e MTT. O teor de colágeno total nas células tratadas foi determinado pelo ensaio com o corante ácido Sirius Red.


Resultados

Os resultados obtidos mostraram que o PGEE exerceu efeito proliferativo na maior concentração testada (1mg/mL) por 24 horas. Um aumento significativo de fibras de colágeno foi observado em células tratadas com PGEE. Também foi verificado que o PGEE estimulou a síntese de colágeno nos fibroblastos testados. Neste estudo, os fibroblastos expostos ao extrato de PGEE foram induzidos à proliferação e a produção de colágeno. Estudos futuros são necessários para elucidar o mecanismo de ação do extrato etanólico de Punica granatum L. Eu, e os demais autores do trabalho Dra. Liliane Carvalho Jamil, Prof. Dr. Daniel Moreno Garcia, Prof. Dr. Carlos Rocha Oliveira, e Profa Dra. Lydia Masako Ferreira estamos muito felizes com essa conquista.

Por tudo isso, sugiro o consumo da romã, em sucos, saladas e também no brinde de cada recomeço em cada Reveillon: Viva!

Com amor e ciência, Vanessa Suzuki.

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