Enquanto o mundo inteiro desacelerou para cuidar da saúde, a ciência continua surpreendendo ao criar novas possibilidades para um futuro melhor.
Uma startup paulistana desenvolveu uma estrutura de pele tridimensional, que promete revolucionar a forma como a indústria de cosméticos avalia a eficácia de produtos como protetores solares e antienvelhecimento, sugerindo uma solução segura e eficaz para um dos maiores desafios da atualidade: o uso de animais.
O projeto, desenvolvido pela Eleve Science, startup focada no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores para o mercado farmacêutico e cosmético, com apoio do Programa FAPESP de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), constitui um modelo de pele completo, onde células derivadas de tecidos humanos crescem camada sobre camada, formando uma estrutura de pele em escala 3D.
Por ser composto pelas duas camadas principais da pele (derme e epiderme) e por possuir melanócitos (células que produzem melanina, responsável pela pigmentação), o modelo permite avaliar os efeitos da exposição solar na pele em condições muito próximas da realidade. Isso vai permitir verificar amplamente os efeitos da exposição solar em diferentes tons de pele, já que a estrutura é composta por células derivadas de tecidos humanos de diferentes pigmentações.
De acordo com a Eleve Science, o projeto está em fase de validação e os resultados devem chegar ao mercado em breve.
Testes em Animais
Essa novidade, além de criar infinitas possibilidades de inovação na indústria farmacêutica e no desenvolvimento de cosméticos, fomenta a continuidade de iniciativas que não realizam testes em animais, um dos grandes desafios da atualidade.
Há uma necessidade emergente de novos métodos de avaliação, tanto no setor de cosméticos como de produtos médico-hospitalares e químicos, que estão sob pressão social e regulatória para substituir o uso de animais e testes e estudos de eficácia e segurança.
Nesse cenário, a nova estrutura de pele tridimensional também traz inúmeras vantagens, incluindo a descoberta de mecanismos de ação de compostos bioativos recém descobertos, além de diminuírem a necessidade de voluntários humanos em testes de avaliação de protetores solares.
Encontrar iniciativas como esta é sempre prazeroso e fortalece mais ainda a confiança de que a ciência é aliada do desenvolvimento humano e trabalha incessantemente para o futuro.
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Com inovação, Vanessa Suzuki.